Joseph E. de Sousa

Perdoa, Princesa,
se antes de seguirmos novos caminhos, eu não te disse o quanto eras para mim.
Ficou muito, ficou tudo por dizer mas guardo comigo a doçura do teu gesto,
o calor de tua dedicação, o brilho de tua mente, a ternura do teu coração.

Nós escolhemos estradas diferentes, partindo sem lágrimas,
sem amarguras, sem acusações, sem desculpas, sem agradecimentos.
Nem paramos para considerar
se os corações poderiam suportar a dor.

O aveludado cetim da memória não ficou manchado por
palavras frias ou amargas de despedida final
mesmo porque não houve mesmo despedida.

O sol do nosso amor foi descendo aos poucos como num
feliz fim de tarde de verão até sumir no horizonte num crepúsculo de rubis.
Fiquei sozinho esperando em silêncio a chegada da prateada lua das saudades.

Não tivemos um dramático fim de romance,
e ninguém sabe bem como tudo começou
nem como ou porque tudo acabou.

O que dói mais é pensar no que poderia ter sido,
na semente plantada e nas safras sem colheita,
nos botões que nunca se abriram em rosas.

Eu fiquei ouvindo a orquestra da vida,
embalando a alma nos misteriosos sons de uma sinfonia inacabada.
E tu?



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