Pássaro
Aquilo que ontem cantava já não canta.
Morreu de uma flor na boca:
não do espinho na garganta.
Ele amava a água sem sede, e, em verdade,
tendo asas, fitava o tempo, livre de necessidade.
Não foi desejo ou imprudência:
não foi nada.
E o dia toca em silêncio a desventura causada.
Se acaso isso é desventura:
ir-se a vida sobre uma rosa tão bela,
por uma tênue ferida.
Em Os melhores poemas de Cecília Meirelles
Aquilo que ontem cantava já não canta.
Morreu de uma flor na boca:
não do espinho na garganta.
Ele amava a água sem sede, e, em verdade,
tendo asas, fitava o tempo, livre de necessidade.
Não foi desejo ou imprudência:
não foi nada.
E o dia toca em silêncio a desventura causada.
Se acaso isso é desventura:
ir-se a vida sobre uma rosa tão bela,
por uma tênue ferida.
Em Os melhores poemas de Cecília Meirelles
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