Emanoella Lebasttos

BEIRA DO RIO

NO SILÊNCIO PROFUNDO DE MINHAS AGUAS
TE VEJO RASGAR-ME COM TUA CANOA
POR HORAS A FIO

SOMOS UNICOS NESTA IMENSIDÃO
VEJO O BRILHO DO TEU OLHAR
SINTO A ALEGRIA EM TEU PEITO
A RECOLHER OSFILHOS QUE TE
ENTREGO....

EM UM AGRADO TOCA -ME COM
TUAS MÃOS NO CARINHO
MAIS PROFUNDO

MOSTRA-ME TEUSORRISO..
EM PURA
ALEGRIA DE TEU DIA
POR HORAS A FIO
FICAMOS UM AO LADO
DO OUTRO ...

MAS A NOITE SE ACHEGA
DE MANSINHO TE LEVANDO
ONDE O SOL TE ILUMINAVA
AGORA E A LUA QUE LHE
MOSTRA O CAMINHO
PARA BEIRO DO RIO

Auber Fioravante Junior

Nas Terras da Poesia

Nas terras do sempre,
tenho em mim um visionário
latino, traçando em letras
o verbo paixão, calado
mesclado. nas águas,
nas claves deslizantes
em tua alva face, luzes
dignas de um poema
cor de sol!

Nas praias do nunca,
tenho em ti, a visão
despertina no véu,
no céu cor de saudade,
bordando pelas quintas
do outrem e do hoje,
tu em belas quimeras
caucasianas!

Nas terras coração,
tenho em mim a voz das lareiras
em plenos sussurros, trilhando
em divagares o verbo amor,
dançado, cantado nas brumas,
na cadencia melindrosa, nítida,
fervorosa de uma poesia
cor de luar!

Nas águas da alma
tenho em ti o romance
gregoriano, na seda,
no ninho cor de sedução,
a paisagem corporal
pintando pelas paredes
o condão, o idílico
ensejo colorido em
teu desejo!



Armindo Trevisan

Mastigando raízes de eternidade
Adentro-me pelas colinas dos céus
Onde Deus é meu relógio.

E buscando sabedoria
não me torno deserto e nem ausência

Recolho em minha solidão
muralhas de calmaria
sem gemido de dor ou morte

Em meus redemoinhos
viajo entre cansaços de séculos
Adornada de crisântemos amarelos

Em minha ausente juventude
não há abismos em voragem
trigo,fonte e pombas
ornamentam minhas varandas

A noite ajoelhada soluça
em tapete entre velas
o tempo que é túnel
derramando chuva de invernos
até as eternidades



Mário Quintana

Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas: Verde!...
E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons...acerta...desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas..
Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço..

Pra que pensar?
Também sou da paisagem.
Vago, solúvel no ar, fico sonhando.
E me transmuto...iriso-me...estremeço..
Nos leves dedos que me vão pintando!